Dor de cabeça e enxaqueca
As dores de cabeça são o distúrbio neurológico mais frequente entre as pessoas, sendo que alguns artigos científicos apontam que mais de 50% dos indivíduos já experimentaram uma crise intensa na vida. Uma forma interessante de classificar o problema é dividir entre primárias e secundárias. Essas, são condições em que não existe nada além da doença causando a dor, ou seja, a dor não é um sintomas de algo mais grave. Nas secundárias, existe algum problema causando a dor e portanto a dor é um dos sintomas de alguma moléstia. Claramente a conduta é muito diferente nas duas situações.
Exemplos de cefaleias secundárias são tumores, aneurismas rotos, meningites, infecções em partes moles da cabeça ou simplesmente uso de alguma substância. Em algumas situações estes tipos de dores são emergências médicas e necessitam de avaliação por profissional capacitado e tratamento imediatos.
Já nas primárias, os principais exemplos são a enxaqueca e a cefaleia tensional que falaremos um pouco mais abaixo. A cefaleia tensional é um tipo de dor de cabeça que de uma forma geral não é tão intensa, apesar de incomodar. Tem uma associação com estresse e tensão emocional e costuma aliviar bem com analgésicos comuns.
A enxaqueca é uma doença mais complexa, podendo começar em qualquer idade, desde lactentes até idosos, apesar do início ser mais frequente entre 15-40 anos. Ela é caracterizada por crises de cefaleia muito intensa, que frequentemente levam a pessoa a faltar de suas atividades ou até ao pronto atendimento para alívio. Costuma ter sintomas vegetativos com náuseas e vômitos, intolerância à luz, odores e sons. Algumas pessoas tem aura, que são sintomas que precedem a dor, como vertigem, formigamentos, embaçamento visual ou luzes na visão. O portador de enxaqueca pode conseguir identificar situações desencadeantes, como falta de sono, estresse emocional crônico ou agudo, jejum prolongado, abstinência de café ou consumo de alguns alimentos. No período entre as crises de dor, a pessoa é completamente normal. Existem várias modalidades de tratamento, desde medidas comportamentais, analgésicos e medicações profiláticas, até toxina botulínica ou anticorpos monoclonais.
As dores de cabeça não tratadas têm um impacto muito grande na qualidade de vida e na produtividade. Para o diagnóstico das dores de cabeça é fundamental a avaliação de médico com experiência neste tipo de situação, que deverá ouvir a história da moléstia, examinar o paciente e caso seja necessário realizar algum exame complementar. É fundamental definir se primária ou secundária e dar seguimento ao tratamento.