Doença de Alzheimer e outros transtornos cognitivos
Os transtornos cognitivos são doenças neurológicas que afetam a capacidade mental da pessoa, podendo acometer um ou diversos domínios da cognição, dentre eles memória de curto prazo, memória episódica, linguagem, percepção visual, controle de impulsos dentre outras. Neste grupo de moléstias, a mais comum é a doença de Alzheimer e a segunda mais comum aqui no Brasil, é o transtorno neurodegenerativo de origem vascular. O problema em pessoas jovens é muito raro e as dificuldades de memória nesta faixa etária provavelmente terão outras causas como insônia, depressão, uso de substância, etc.
A doença de Alzheimer é caracterizada por um declínio cognitivo, lento, progressivo e que geralmente é iniciado pela perda da memória de curto prazo. É muito comum esquecer o dia em que estamos, esquecer o que foi dito e repetir a mesma história várias vezes, se perder por não lembrar onde estava indo ou não reconhecer o lugar. Pode acontecer de perder objetos e acusar alguém de tê-los roubado. Não é usual no início da doença, não reconhecer as pessoas próximas, esquecer fatos antigos como datas de casamentos, formaturas e por aí vai. Com as dificuldades, não é raro instalar uma depressão ou a pessoa doente não perceber que não está bem.
Quando a causa é vascular, é comum a história de AVC isquêmico ou pelo menos seus fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo, colesterol elevado e doenças cardíacas. Além do declínio da memória e de outros domínios da cognição, pode haver apatia e comprometimento para caminhar, com passos mais curtos e lentos.
São sintomas mais prevalentes em outros transtornos da cognição e nos chamam atenção para outros diagnósticos, as alterações de personalidade, desinibição, paranoia e alucinações. Quando as manifestações dominantes do quadro são estas, são mais prováveis outras doenças como a doença de Lewy, demência frontotemporal ou degeneração corticobasal.
No caso de sintomas cognitivos ou comportamentais, é importante avaliação com neurologista que tenha experiência neste tipo de transtorno. É necessário colher a história, muitas vezes com um familiar e com a pessoa, fazer uma avaliação do estado mental e se necessário exames complementares ou avaliação cognitiva mais detalhada. O diagnóstico é muito importante para definir a causa e planejar o tratamento da doença e das complicações como alterações comportamentais, agressividade, insônia, depressão e outras.
